Eu
com jaleco branco imundo
Com
esperança de curar o mundo
Na
fila a menina triste diz que dói
Saudade
do pai viajando em Ilinóis
A
confiança a gente que constrói
Uma
ponte de coração pra coração
Grande
como a ponte Rio Niterói,
Chego
perto logo me agacho
Ela
chora e olha para baixo
Olho
nos seus olhos me abaixo
Não
quer ver mais ninguém
Enxugo
suas micro lágrimas
O
mundo num mico em lástimas
-As
pequenas fadas choram pápricas
-Elas
fazem mágicas e fica tudo bem
Como
mago tiro a fita do vaso.
Num
passo faço um lindo laço
Amarro
no seu pequenino braço,
Menina, vai ficar tudo bem,
Trazendo
alegria do doutor palhaço
Dobraduras
de papel, um barco eu faço
Parecia
um chapéu no seu lindo arco
No
seu rosto um sorriso tem.
Meu
bem
Fique
bem
Vai
ó vento vai
No
alto morro eu quase morro com esse amor voraz,
Vai
ó grande pai
Mostra
o sentido do que foi sentido pelo capataz,
Vai
ó vento vai
Sinto-me
leve que me leve e diga onde vaz,
Vai
ó grande pai
Abra
caminho onde caminho sigo seus sinais,
Vai
ó vento vai
Soprar
o canto pra levantar o canto desses animais.
Em
outra época
Com
estopim na mão
Não
sei bem certo
Se
eu estava certo ou não
Com
entorpecente a gente sempre sente,
Talvez
fosse um sonho ou outra dimensão
Mas
na vida que se repete eu era chefe
Capitão
de batalhão
Eu
com a farda imunda toda rasgada
Sentia
um zumbido dentro do ouvido
Por
causa do estrondo doutra granada
Cuturno
imundo era o fim do mundo
O
coração sentia bem lá no fundo.
Quero
o fim da guerra, ó Imaculada!
Na
mina a menina triste diz que dói,
Liberdade
quando tínhamos todos nós
Amigos
soldados presos nos anzóis
Da
nossa grande pátria virei herói
Mas
a falta de amor e piedade
Se exalta no terror e nos destrói
No
canto a menina aos prantos
Ah
como eu queria mas queria tanto
Que
tudo acabasse e a guerra vir a sucumbir
E
a menina cantasse, e novamente vê-la sorrir
Vai
ó vento vai
No
alto morro eu quase morro com esse amor voraz,
Vai
ó grande pai
Mostra
o sentido do que foi sentido pelo capataz,
Vai
ó vento vai
Me
sinto leve que me leve e diga onde vaz,
Vai
ó grande pai
Abra
caminho onde caminho sigo seus sinais,
Vai
ó vento vai
Soprar
o canto pra levantar o canto desses animais.
Poema de Antonio Montibeller