quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Soldado Branco

Soldado Branco


Eu com jaleco branco imundo

Com esperança de curar o mundo

Na fila a menina triste diz que dói

Saudade do pai viajando em Ilinóis

A confiança a gente que constrói

Uma ponte de coração pra coração

Grande como a ponte Rio Niterói,

 

Chego perto logo me agacho

Ela chora e olha para baixo

Olho nos seus olhos me abaixo

Não quer ver mais ninguém

 

Enxugo suas micro lágrimas

O mundo num mico em lástimas

-As pequenas fadas choram pápricas

-Elas fazem mágicas e fica tudo bem

 

Como mago tiro a fita do vaso.

Num passo faço um lindo laço

Amarro no seu pequenino braço,

Menina, vai ficar tudo bem,

 

Trazendo alegria do doutor palhaço

Dobraduras de papel, um barco eu faço

Parecia um chapéu no seu lindo arco

No seu rosto um sorriso tem.

Meu bem

Fique bem

 

Vai ó vento vai

No alto morro eu quase morro com esse amor voraz,

Vai ó grande pai

Mostra o sentido do que foi sentido pelo capataz,

Vai ó vento vai

Sinto-me leve que me leve e diga onde vaz,

Vai ó grande pai

Abra caminho onde caminho sigo seus sinais,

Vai ó vento vai

Soprar o canto pra levantar o canto desses animais.


Em outra época

Com estopim na mão

Não sei bem certo

Se eu estava certo ou não

 

Com entorpecente a gente sempre sente,

Talvez fosse um sonho ou outra dimensão

Mas na vida que se repete eu era chefe

Capitão de batalhão

 

Eu com a farda imunda toda rasgada

Sentia um zumbido dentro do ouvido

Por causa do estrondo doutra granada

Cuturno imundo era o fim do mundo

O coração sentia bem lá no fundo.

Quero o fim da guerra, ó Imaculada!

 

Na mina a menina triste diz que dói,

Liberdade quando tínhamos todos nós

Amigos soldados presos nos anzóis

Da nossa grande pátria virei herói

Mas a falta de amor e piedade 

Se exalta no terror e nos destrói


No canto a menina aos prantos

Ah como eu queria mas queria tanto

Que tudo acabasse e a guerra vir a sucumbir

E a menina cantasse, e novamente vê-la sorrir

 

Vai ó vento vai

No alto morro eu quase morro com esse amor voraz,

Vai ó grande pai

Mostra o sentido do que foi sentido pelo capataz,

Vai ó vento vai

Me sinto leve que me leve e diga onde vaz,

Vai ó grande pai

Abra caminho onde caminho sigo seus sinais,

Vai ó vento vai

Soprar o canto pra levantar o canto desses animais.


Poema de Antonio Montibeller


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é sempre bem vindo!

Se quiser fazer contato por e-mail utilize:
antonio.beller@hotmail.com